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Bem vindo(a) ao meu ateliê.

Localizado no bairro da Glória numa construção histórica datada de 1825, o ateliê abriga diversas salas dedicadas ao acolhimento de alunos e aprofundamento  nas práticas da cerâmica.

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Aqui compartilho as etapas que desenvolvo na minha produção diária.

Descubra mais sobre os processos que uma peça passa até ficar pronta.

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Amassar argila 

A argila é uma matéria viva! Ela deve ser tratada com respeito e cuidado. Existe uma conexão entre argila e a pessoa que a trabalha, já que nela você deposita a sua energia. 

Amassar a argila é um processo muito importante que ajuda a remover as possíveis "bolinhas de ar" que a ela possa ter e também para deixá-la homogênea. Argilas bem amassadas são a garantia de um trabalho bem sucedido no torno.

Eu desfruto do ato de amassar argila. Isso me ajuda a organizar o trabalho que farei no torno (ou qualquer que seja a técnica) e a me concentrar. É uma especie de meditação. Penso em quanto é surpreendente que um pedaço de argila possa se transformar em um objeto de desejo e admiração. 

 

O torno 

No torno eu faço a maior parte da minha produção, a magia com que a argila se transforma me encanta e me mantém motivada a fazer os objetos que ofereço.

 

Aprendi a técnica japonesa de modelado no torno, técnica específica da região que a minha mestra aprendeu.

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Começo centralizando a argila e a partir daí sempre faço um cilindro, que é a origem de todos os formatos. Deixando uma base mais grossa para poder fazer um pé na próxima etapa, com paredes finas e argila bem distribuída.

Depois finalizo os formatos com diferentes ferramentas de madeira, deixando a borda bem comprimida e tudo perfeitamente limpo. Assim é feita a minha produção em série ou peças únicas de formatos básicos, que modifico deformando e cortando após ter torneado. 

Secagem parcial 

Para poder fazer o acabamento das peças é necessário que elas fiquem na consistência necessária para trabalhar com precisão, está etapa se chama ponto de couro. Muito húmedas as peças são difíceis de trabalhar e podem ter defeitos e deformar facilmente, a peça muito seca pode ocasionar lesões nos pulsos. 

As peças normalmente secam de um dia para outro, de forma natural em um espaço semi aberto. Não podemos acelerar o processo de secagem, ou as peças poderiam deformar ou trincar sem chance de poder salvá-las. Depois que estão mais firmes e não deformam quando são transportadas, faço o pé de cada peça. 

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Acabamento 

As peças voltam para o torno no centro que foram feitas e com ajuda de ferramentas de metal, modelo um pé na base, dando a peça o equilíbrio e peso que precisa para ser um bom utilitário. 

Nesta etapa está o diferencial das minhas peças. Não só dou cuidado a parte estética, mas também a funcional. Uma peça leve e resistente está bem equilibrada. 

Secagem total

 

Após feito o pé, deixo as peças secando na sombra num lugar arejado. Elas ficam lá por alguns dias até secar completamente. Nesta etapa as peças perdem toda a água que a argila absorveu quando modelada.  Chamamos esta etapa ponto de osso. O ponto mais frágil das peças. 

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Primeira queima 

Chamamos de biscoito esta primeira queima. No meu ateliê, esta queima é feita num forno elétrico especial para cerâmica. As peças são queimadas por mais de 7 horas à uma temperatura de 950°. Nesta queima as peças ficam resistentes, mas ainda com os poros abertos para poder receber o esmalte. 

Limpeza 

As peças são limpadas unicamente com água para poder deixá-las livres de pó. 

Esmaltação 

As peças estão prontas para receber o esmalte. Separo as peças por formato, escolho o esmalte que irei usar. O esmalte deve ter sido preparado e testado previamente no ateliê e precisa estar muito bem misturado e homogêneo. Normalmente esmalto por cor, do mais claro até o mais escuro. 

 

O esmalte é aplicado na técnica de mergulho. Finalmente a  base das peças é limpa deixando a base livre de esmalte. Após limpeza  as peças estão prontas para ir forno.  

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Segunda queima

A queima de esmalte feita no meu ateliê, também em forno elétrico (queima de oxidação). Lá dentro a temperatura chega a 1222°. Nesta queima as peças ficam no forno por mais de 13 horas. É nele que o esmalte se funde e adere a peça protegendo a argila e fixando-se definitivamente a ela, deixando-a mais resistente. 

 

É nesta etapa que a beleza dos esmaltes surge nas suas diferentes texturas, cores brilhos, opacos, acetinados, com cristais. O fogo transforma e fecha o processo da arte da cerâmica. 

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